Se nos perguntassem agora sobre como é nosso melhor amigo, certamente, falaríamos sem parar dele (a). Diríamos suas qualidades e defeitos, dirianos algo que,as vezes, apenas nós mesmo observamos.
Mas quando nos pedem para falar de nós mesmos......
..............(Silêncio).........
" (Mente vazia) "
"Poxa, esqueci de quem sou..."
" (Mente vazia) "
" Vou falar o que?"
" (Mente vazia) "
" Quem sou eu?"
" (Mente vazia) "
" Droga, que pergunta mais besta..."
" (Mente vazia) "
" (Mente vazia) "
" (Mente vazia) "
Um dia desses quando o "Plínio da vida real" estava na escola dele....
(Mas eu também sou parte dele, não devia me
referir a escola como sendo minha, também?)
... O professor de português chegou na sala, com seu traje
comum do dia-a-dia, sentou no seu biror e disse:- Meus caros alunos, hoje tenho uma atividade diferente para propor á vocês.
Logo a turma ficou excitada, naquele ano pre-enem os professores nunca desgrudavam da rotineira "revisão".
- Destaquem uma folha do caderno, por favor, e começem a escrever uma redação.
- Ahhhhhh- murmuraram os alunos..
- Calma que não será uma redação comum, não será necessário que vocês façam introdução e nem conclusão. Eu quero apenas o desenvolvimento.... Prontos?... Quero que vocês façam um pequeno texto sobre si mesmo.
Silêncio, quebra de expectativa. Senti os meus colegas ficarem desconfortáveis, ví muitos olharem para o papel e ficarem pensando..
-Porque será que é tão difícil falar de si mesmo? - Perguntava-nos o professor. Mas, infelizmente, ele nunca chegou a responder.
Talvez nem ele soubesse a resposta.
Talvez quisesse que nós a descubramos por nós mesmos.
Depois de muito divagar sobre o que fazer, decidi começar a escrever.
Escrevi meu texto da maneira mais objetiva possível.
Sem rascunhos ou meticulosas mudanças. Acho que foi bom eu te-lo
feito assim, sem nenhum cuidado especial.
Entenda que ele foi feito sem influências, como o ego
ou o instinto de auto-proteção. Entenda que ele foi feito sem que
meu consciente tivesse tempo de revisar e censurar qualquer possível
ideia que estivesse supostamente explicita e que revelasse algo do
meu intimo ser.
...
O professor saiu de cadeira em cadeira olhando,
analisando o texto. Quando ele leu ,silenciosamente, o meu texto ele
parou, me encarou, e disse
-Muito bom, gostei. - logo em seguida ele mandou
que algumas pessoas lessem seus textos. Eu ouvi cada coisa. Coisas que eu
,arbitrariamente, taxei como besteiras..
- Eu me considero como uma pessoa de
personalidade forte e cheia de atitudes..- dizia uma amiga minha,
mas eu sabia que ela não era assim. Sabia que ela estava se
enganando, sabia que ela não era nem metade do que dizia seu texto. Mas porque escrever inverdades sobre sí? Ou melhor, porque não se esforssar em ser aquela pessoa que você descreveu como sendo você?
...
- Eu sou uma pessoa pequena, maior que muios e menor
que o Bruno (o garoto mais alto da sala com 1,85). Minha mãe
me acha um caso perdido, meus avós me chamam de tarado. Eu sou uma
pessoa que gosta de meter em alguém feminino, ou não - A turma
explodiu em risadas quando o "palhaço da sala" leu o
seu texto. Ao terminar eu senti o olhar dele sobre mim, e mesmo sem
escutar, soube que os meninos cochichavam a meu respeito. Soube que a
reverencia de alguém feminino era para comigo, ou para o Plínio da
vida real, como preferirem.
Após a leitura de mais alguns textos, o professor
pediu que eu lesse o meu. Ainda contaminado pelos sentimentos
negativos cousados pelos olhares dos meus "colegas", lí o
meu texto:
"Eu me resumo em uma palavra,
introspecção. O Dia-adia de um introspectivo, como eu, é ser
constantemente taxado das maneiras mais antagônicas
possíveis. Sou aquele que se estressa com tudo, neste momento, mas
que logo deixa de se importar, e acaba se tornando o oposto do que
era a uns minutos atrás.
Evolução seria minha segunda palavra chave, mas
as vezes acho que 'mudança' é mais adequado, já que nem toda
mudança é evolutiva."
Ao terminar ouvi alguém dizer que não tinha ouvido
nada,
Ouvi os parabéns vindo de alguns "colegas"
E ouvi alguns murmúrios que não entendi nada..
....
Talvez você, caro leitor, tenha facilidade em escrever sobre você, ou não. Talvez você consiga fazer o que nossa turma não conseguio.
Sugiro que você reflita sobre o que leu, e faça um texto sobre você!
Se quizer me mandar, fiquerei feliz!
Se não quiser não há problemas.
Mas faça o texto, pelo menos mentalmente.
Eu espero que esse texto tenha te ajudado de alguma forma, seja ela contrutiva ou não. As vezes é bom vermos que o que pensavamos ser muito, é na verdade pouco.
Plínio Chie
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